Entrelinhas

Edgar mora na Vila Nova York, subúrbio da cidade de São Paulo, lugar onde nasceu, cresceu e acredita que também morrerá.

Falar sobre os lugares que frequentamos para formar nossos olhares também é falar dos cantos que mais observamos durante essa trajetória. Penso que por mais que o fotojornalismo tenha diversas vertentes distintas, fotografar um mundo em reação me parece uma faceta primordial desse segmento. Mas e quando a reação é também reflexo da presença do fotógrafo?

Edgar é um tanto sujeito e um tanto objeto de suas fotografias. Ao mesmo tempo que registra e vive,  ele cuida e é cuidado.

O resultado são fotografias íntimas e familiares, mas não explícitas ou comuns. São retratos que só quem olha para o mesmo enquadramento por anos consegue enxergar. Imagens que surgem como rachaduras ocasionais para quem se dá o direito de crescer e envelhecer entre as mesmas paredes do espaço tempo.